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Por que o Facebook não acabou como o Orkut e outras redes sociais populares

O grande sonho dos desenvolvedores de redes sociais é que suas plataformas caiam nas graças dos usuários. O que nem todas conseguem é se manter relevante ao longo do tempo, o que pode resultar no seu desaparecimento no smartphone desse mesmo púbico.

O Orkut é um dos exemplos mais marcantes de ascensão e declínio de uma rede social popular. Ele reinou por quase 10 anos com suas comunidades virtuais, avatares em 3D (lembra do Buddy Poke?) e o jogo Colheita Feliz.

No entanto, a plataforma não foi párea para o Facebook, que continua sendo uma das redes sociais mais influentes e usadas globalmente. Mas por que o Facebook não seguiu o mesmo destino de plataformas anteriores como o Orkut? Veja a resposta que encontramos!

Por que o Orkut acabou?
Na versão oficial do Google, o fim do Orkut foi motivado por uma mudança de estratégia da empresa. Eles queriam focar em outras plataformas como YouTube, Blogger e Google+.

Entretanto, o fato da plataforma não conseguir evitar seu encerramento em 2014 se deve a uma lista de razões, como a falta de inovação e atualização da rede social, que permaneceu praticamente a mesma desde a sua origem.

O Orkut foi lançado em 2004 pelo engenheiro turco Orkut Büyükkökten enquanto ele trabalhava na Google. A rede social foi uma das primeiras de sua classe a ganhar grande popularidade, principalmente no Brasil e na Índia.

No auge de sua existência, o Orkut ultrapassou a marca de 300 milhões de usuários em todo o mundo. Para muitos, navegar na Internet era ter uma conta na rede social, trocar depoimentos com seus amigos e participar de discussões em comunidades famosas como “Eu Odeio Acordar Cedo” e “Deus me disse: desce e arrasa!”.

As insatisfações do público com a plataforma de mídia social abriram espaço para que outras invenções conquistassem seu próprio holofote no ambiente online – e o Facebook soube muito bem como se aproveitar disso!

O começo e a ascensão do Facebook
Enquanto o Orkut estava perdendo força, o Facebook crescia rapidamente em meados de 2008. No ano seguinte, ele se tornou a rede social com mais usuários no mundo, com mais de 130 milhões de contas ativas, ocupando o lugar do MySpace nos Estados Unidos.

Lançado por Mark Zuckerberg no mesmo ano que o Orkut, a plataforma servia como uma rede social para estudantes da Universidade Harvard. Desde então, sua abordagem inovadora e design amigável ao usuário conquistaram milhares de pessoas.

A rede social apresentou uma interface mais moderna e introduziu recursos como o Feed de Notícias, que permite aos usuários verem as atualizações dos amigos de forma cronológica.

A possibilidade de compartilhar fotos, vídeos e interagir com páginas de empresas e celebridades também contribuiu para sua expansão crescente. As modificações lançadas pela rede social continuam até hoje, como:

exibição de anúncios patrocinados;
serviço de check-in;
ferramenta de bate-papo;
recurso de detecção de rostos em imagens;
função de vídeos ao vivo;
diferentes reações às publicações como “Amei”, “Uau”, “Haha”, “Triste” e “Raiva” e muito mais.
Orkut virou tema de saudosismo em páginas e grupos do Facebook.
Orkut virou tema de saudosismo em páginas e grupos do Facebook.
Fonte: Facebook/Bianca Seabra

Confira: As 7 redes sociais mais usadas no Brasil em 2023 (até agora).
O Facebook vai acabar?
Ao contrário de muitas outras redes sociais por aí, o Facebook tem se mostrado resiliente e adaptável ao longo dos anos. Uma das razões para sua permanência é a capacidade da plataforma de se reinventar e se manter relevante.

Além disso, o Facebook não apenas adquiriu outras plataformas populares, como o Instagram e o WhatsApp, mas também introduz novos recursos regularmente. Ele se tornou uma ferramenta vital para empresas, marcas e influenciadores, oferecendo oportunidades de marketing e alcance global.

Por outro lado, a plataforma também se envolveu em questões sociais e políticas de maneira negativa nos últimos anos.

Confira! Do ICQ ao Threads, a evolução das redes sociais dos anos 2000 até os dias atuais.
Algumas dessas polêmicas incluem a divulgação inadequada de dados pessoais de usuários para terceiros, como no caso Cambridge Analytica, e a disseminação de notícias falsas, desinformação e polarização política, especialmente durante campanhas eleitorais.

As preocupações com privacidade e segurança de dados colocaram o Facebook no centro das discussões em câmaras legislativas. Representantes da empresa precisaram prestar depoimento à Justiça dos Estados Unidos e do Brasil recentemente, por exemplo, devido ao seu papel como um dos principais meios de disseminação de discursos de ódio e conteúdo prejudicial na internet.

Todas essas polêmicas levaram a criação de propostas de regulamentação da plataforma de Zuckerberg por parte de governos e da sociedade civil, questionando o impacto ético e social da plataforma.

Entenda: Estamos cansados das redes sociais?
Em conclusão, o Facebook não apenas sobreviveu ao teste do tempo que o Orkut e outras redes sociais populares reprovaram no passado, mas também se estabeleceu como uma das redes sociais mais influentes do mundo que serve de parâmetro para decidir o que é ético no meio online.

Hoje, sua importância é tamanha que não há como debater a concentração de poder no mercado de tecnologia e a liberdade de escolha dos usuários sem mencionar o Facebook.

Talvez a grande dúvida do momento não seja “quando o Facebook vai acabar?”, e sim como a plataforma podem prosperar na internet sem causar um impacto prejudicial e irreversível na forma como consumimos e distribuímos conteúdos dentro e fora da web.

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